É velada uma estratificação existente no ciclo informacional que pode ou não representar o elo entre o ser e o saber por intermédio da mediação do capital intelectual. Este processo ocorre na medida em que apenas minorias se usam ou se tornam consumidoras da cadeia informacional. Cabe dizer que o conhecimento agrega, modifica e pode ou não atualizar o que já se adquiriu.
Desta forma, na medida em que a obtenção do saber não produz, reproduz ou altera a realidade e a estrutura física e mental dos usuários, impedindo-os de alcançar um estágio de autonomização, está se estabelecendo níveis de hierarquização e estruturação social.
Assim sendo, ficam limitados, os usuários consumidores, a serem agentes passíveis na desconstrução de sua história e memória e acabam por evidenciar a inexistência, na grande maioria menos esclarecida, de um poder intelectual que se reserva apenas a uma parte da sociedade que se usa e se faz dominante ideologicamente.
Essa dominação se evidencia na medida em que sendo consumidoras da informação, tentam fazer prevalecer suas relações de poder e dominação.
A partir do exposto e veiculando este processo ao patamar da biblioteca, é preciso entender a existência velada, mas real, de distinção contextual que varia como um pêndulo entre a cultura institucional e a questão cognitiva relativa aos usuários, seu capital intelectual e a oferta de produtos e serviços efetivamente demandados para promover alguma autonomização.
Por fim, não pode haver uma crença de que as verdades construídas entre o profissional bibliotecário sobre sua comunidade de usuários e seus comportamentos construam a ilusão de que níveis de saberes e de capital intelectual são iguais, proporcionando conclusões que afirmem equivocadamente que demandas informacionais oferecidas são efetivamente demandadas, necessárias e utilizadas nas formas de produtos ou serviços de um biblioteca que atendem adequadamente a uma comunidade em que estão inseridas e se prontificam a servir.
Foco sempre!
Jorge cativo