O E-book ” Novos modelos de negócios na era digital “, elaborado pela equipe Dosdoce.com e patrocinado pela CEDAR , está disponível para download em três formatos no BD e faz uma análise dos diversos modelos de negócios na internet e os agentes neles envolvidos.
Atualmente, as tecnologias não apenas modificaram as formas de produção, tratamento e recuperação da informação. No âmbito das bibliotecas, se considerarmos a inclusão de e-books e a manutenção de uma de suas funções de guarda e preservação do conhecimento humano com o intuito de disseminação, precisaremos discutir diversas questões.
O volume de informações produzidas cresce em meio eletrônico e com ela as questões associadas ao atual papel das bibliotecas vêm se modificando e precisam ser repensadas e adequadas a esse novo cenário em que modelos de negócios são fundamentais no processo de formação e desenvolvimento de coleções digitais.
Os novos padrões descritivos surgem adaptando-se à necessidade de inclusão de novos tipos de materiais sem vinculá-los ao seu suporte, sem mais abreviaturas e voltando-se para os usuários, removendo assim, regras de um padrão descritivo convencional americano adotado em quase todas as bibliotecas.
A formação de coleções e sua gestão, se consideradas as novas formas de aquisição (paper view, assinatura, aquisição perpétua etc.), seus altos custos e quase nunca implementados em plataformas proprietárias, assim como a necessidade de um modelo de negócio adequado com a realidade das bibliotecas, exigirá competência, capacidade de uma escolha sensata e conhecimentos sobre o assunto.
O empréstimo digital será uma realidade preocupante se considerado o receio de fornecedores em perder sua lucratividade exceto se bibliotecas só acessem edições antigas ou em que as vendas já tenham dado a rentabilidade necessária.
Significa dizer que edições inéditas não farão parte das aquisições perpétuas das bibliotecas?
Será fator de risco então, fornecer por meio de aquisição perpétua certos títulos a bibliotecas?
Se for, quais seriam suas causas?
Direitos Autorais?
Pirataria?
Falta de uma plataforma própria e segura para o gerenciamento e operacionalização dos empréstimos digitais? Falta de recursos financeiros para essa gestão, se analisados os altos custos para essa implementação?
Falta de recursos humanos envolvidos e com habilidades necessárias para negociação e gestão? Limitados estarão usuários e bibliotecas a assinaturas, nas quais a composição da coleção é feita não mais por bibliotecários?
E se houver a necessidade for unificar o atual catálogo a um OPAC reunindo o que já existe com os livros digitais que se incorporam?
A migração a partir dos metadados é compatível e possível? São muitas questões a serem analisadas.
Usuários, estes que de gerações Y E @ advindas das últimas décadas, que lidam com o instantâneo, contectados integralmente, interagem e acreditam que o melhor amigo de suas buscas é o tal: google.
Sim, os usuários precisarão ou deverão reaprender a perceber o papel das bibliotecas com seus repositórios e suas plataformas com interfaces amigáveis ou não. E de quem será esse papel na Sociedade da Informação?
Quanto aos profissionais, precisamos quebrar paradigmas que ainda mantêm algumas bibliotecas como um intocável museu, onde o usuários presenciais são impedidos de circularem por acrvos fechados. Bibliotecas não são locais de desserviço e censura.
Que razão há de ser um espaço em pleno século XXI que ainda tem um acervo fechado? Seria conveniente associar usuários e bibliotecas há um tempo de clandestinidade e clandestinos viajantes em porões de navios?
Aos profissionais, caberão uma reflexão maior e a responsabilidade de repensarem suas práticas, saírem de sua zona de conforto e promoverem as tais mudanças sem ressaltar tanto as dificuldades a serem enfrentadas.
A era digital chega propondo reflexões sobre o papel dos profissionais e das bibliotecas,entre elas os novos padrões descritivos, um novo comportamento de usuários, a necessidade da formação de um acervo com a inclusão de livros digitais com suas plataformas e a questão do DRM, um novo espaço também virtual, comunicável e interativo em interfaces amigáveis e a menos que não desejemos consolidar um novo papel das bibliotecas e dos novos rumos e tendências profissionais: os avanços propostos pelas tecnologias só existirão nas páginas impressas dos livros!