Para quem estuda CDD, CDU e tesauros pensando em concurso, antes de mais nada é preciso saber o que é classificar…
Classificar no sentido de reunir por semelhanças, agrupar.
No caso das classificações documentárias. Estas se referem considerar como aspectos os assuntos contidos nas obras.
As classificações documentárias, usam facetas, por isso se dizem facetadas.
Facetas são as categorias fundamentais de cada campo do conhecimento que reúnem conceitos com características em comum.
Categoria, faceta e características são os princípios associados na construção de classes e subclasses de uma linguagem documentária.
Entre elas, os tecnicistas devem lembrar bem do ano de 1904 quando Paul Otlet e Henry La Fontaine, foram falar com Dewey buscando apoio e autorização para por em ordem as entradas um novo índice bibliográfico.
Dewey concede então o direito de tradução para a língua francesa e fornece a 5ª edição da CDD para que os belgas elaborassem e desenvolvessem a estrutura da CDU.
Não fosse aquele auxiliar de biblioteca escolar e dois classificacionistas, será que hoje teríamos uma CDU?
Duvidas à parte, Otlet e La Fontaine tiveram a autoização para se basear na CDD e observaram as classes das áreas gerais e as tabelas, perceberam algumas limitações de conteúdo, casos de repetições e uma forma confusa de representação só com um ponto na notação.
Buscavam instituir um novo sistema com o interesse comum num repertório bibliográfico universal na área de ciências sociais: a CDU.
Isso por sinal, explica algumas associações feitas por muitos profissionais nos dias atuais, onde a CDD é vinculada a biblioteca escolar e CDU vinculada a bibliotecas especializadas.
Além dessa diferença, a CDD apresenta apenas o primeiro ponto após o terceiro algarismos na classe geral e 7 tabelas auxiliares:
t1-forma
t2-localização geográfica(que na CDU é lugar)
t3 – literaturas individuais.
t4 – línguas individuais
t5-grupos étnicos, raciais e nacionais
t6-línguas e
t7-pessoas
Nada de símbolos e sinais da matemática e da pontuação ordinária como na CDU e suas tabelas auxiliares comuns e especiais.
Falando na CDU, existe um total de 19 dessas tabelas, sendo 16 das tabelas auxiliares de relação, comuns independentes e dependentes e 3 relacionados a auxiliares especiais ou analíticas.
Surgiu a partir do que se chamou de “Manuel Du Repertoire Bibliographique Universel” entre 1904 e 1907, editado pelo Instituto Internacional de Bibliografias, no idioma original em francês e com a finalidade de servir de manual de trabalho para a compilação do Repertório Bibliográfico Universal.
Algumas de suas características principais da CDU são:
- a universalidade
- o caráter analítico-sintético (permitindo a combinação de facetas apropriadas pra cada contexto e bem mais flexível do que simples um sistema estruturado de forma enumerativa e com uma lista de termos fechada como é a CDD)
- a decimalidade
- a síntese.
O sistema em 1904, tinha como finalidade: ser uma bibiografia geral; conter palavras publicadas de todos os tempos(universal) e de todos os países(internacional), sendo ainda relativa a todos os assuntos(enciclopédica).
Em 1905, a CDU contava com as primeiras 33000 subdivisões com 40000 entradas no índice.
Hoje, com cerca de 80 mil entradas, quase o dobro da primeira edição.
Possui quatro tipos de edições: desenvolvida, média, abreviada e especiais, apresenta um conjunto de 1 classe geral e 8 específicas… 1 vaga.
O sistema é decimal apresenta hierarquia e tem classes de assuntos em tabelas principais e auxiliares comuns e especiais.
Auxiliares comuns são aquelas que se repetem em todas as classes do sistema e as especiais em apenas algumas classes.
Essa característica é grande vantagem sobre a identificação numérica atribuída ao assunto (opinião minha), já que a compreensão desse número na hora da classificação e da recuperação se torna mais clara(não apenas visualmente).
As auxiliares comuns podem se dividir em auxiliares comuns de relação, auxiliares comuns independentes e auxiliares comuns dependentes.
Saiba que isso nada mais é do que os grupos de símbolos e sinais representativos de adição, ordenação e aspectos de tempo, raça, lugar forma e língua.
Vejamos:
Auxiliares que expressam relação: + / : [ ] ::
Auxiliares comuns independentes: = , (0…), (1/9), (=…), “ ”
Auxiliares comuns dependentes: *, a/z, -02, -03.-04, -05
Já os auxiliares especiais ou analíticas
Analíticas de traço – 1 / – 9
Analíticas de ponto . 01/. 09
Analíticas de apóstrofo ´0/´9
No mais, você precisa saber que existe uma ordem chamada ordem de citação-padrão: TERALUFORLIN
E existe ainda, uma ordem de arquivamento obrigatória:
+ / numero simples : :: [ ] LIFORLURATE.
Todos os dois sistemas são base da classificação documentária para representar tematicamente o conhecimento e construir um vocabulário controlado que permita a sistema de recuperação da informação ao localização e a identificação das obras classificadas, facilitando assim o seu acesso, esteja ela em qualquer uma das 10 áreas do conhecimento.
Falando em vocabulário controlado, não são apenas os sistemas de classificação que fazem parte dessa lista de termos autorizados extraídas de um vocabulário e traduzidas para a linguagem documentária.
Os vocabulários controlados são que permitem reunir termos com significados relacionados, evitando sinonímia e diferenciando os temos homógrafos, podem ser além dos sistemas de classificação: a lista de cabeçalho de assuntos e os tesauros.
Tesauros são conjuntos controlados de termos que entre os quais se estabelecem uma relação de hierarquia e analogia. Tem a flexibilidade como característica, utiliza relações de equivalência e associações entre os termos gerais e específicos para construir sua hierarquia.
Se você quer saber um pouco mais sobre a CDU, detalhando essa história e entendendo de uma vez cada um desses dois sistemas de classificação na prática, dá uma olhada nesse link!